quarta-feira, 4 de maio de 2016

Pesquisa sobre outras indústrias/ Jorge

Mundet
Em 1905, estabeleceu-se no Seixal a firma L. Mundet & Sons, que se tornaria a maior empresa do sector corticeiro da margem sul, do país e durante algum tempo do mundo. Esta fábrica, para além da sua importância em termos industriais e comerciais, desempenhou um papel inovador com a sua política social (existência de creche, jardim de infância e casa de infância, Grupo Desportivo, Caixa de Previdência, etc.). A partir do início da década de 1960, agravam-se alguns sinais de crise e recessão económica e financeira da empresa, que já vinham da década anterior, devido, entre outros fatores, a sucessivas crises corticeiras. A Mundet entrou num processo de lenta decadência, traduzida pela diminuição do número de trabalhadores – dos 3 mil em 1947 passa para 645 em 1982. Em 1989, após um longo período de lutas sociais e de várias tentativas de viabilização económica da fábrica, é definitivamente encerrada. Em 1996, é adquirida pela Câmara Municipal do Seixal. A Mundet apresenta-se hoje como um lugar carregado de história e de vida de algumas gerações de seixalenses. 
Lagar de Azeite do Pinhalzinho
Não se conhece a data de fundação da quinta - denominada Quinta de Vale de Abelha e Quinta do Pinhalzinho - onde se insere este equipamento agrícola. O edifício, construído para albergar inicialmente um lagar de vinho do qual ainda subsistem alguns vestígios, deverá remontar ao século XIX, atendendo ao seu sistema construtivo, materiais da construção, morfologia das edificações e tipologia de equipamento.
Na sequência de venda da propriedade, o lagar de vinho terá sido deslocado para outro local, adaptando-se então o imóvel a lagar de azeite. 
Em 1926, o lagar de azeite foi comprado a Pedro António Monteiro Barros, por José de Sousa e Maria do Rosário, tendo transitado para o seu filho, José de Sousa e família, que o manteve em atividade até 1956. De facto, foi sobretudo a partir da memória oral que se conseguiu efetuar a leitura e a interpretação do espaço de laboração do lagar, bem como de outros espaços associados e complementares àquela função.
O espaço foi recuperado em 2009 pela empresa "Transportes Gama, S.A", encontrando-se aberto esporadicamente, para visitas. 


Fábrica de Lanifícios da Arrentela
A Fábrica de Lanifícios da Arrentela – fundada em 1855 por Júlio Caldas Aulete e, em 1862, estabelecida como Companhia de Lanifícios da Arrentela – foi uma importante unidade industrial de grandes dimensões e prestigiado fabrico que, durante vários anos, muito contribuiu para promover e dinamizar a região do Seixal. Porém, a Companhia acabaria por entrar em decadência e consequente desactivação, particularmente devido à falta de renovação do núcleo populacional antigo.
Também a agricultura desempenhava, até então, um papel importante nas actividades daquela população, sobretudo com o cultivo da vinha. O vinho, algum azeite, produtos hortícolas e frutas e o peixe, claro, proporcionavam um importante comércio com a cidade de Lisboa, através do Tejo.
É a partir da segunda metade do século XIX que se começa a registar, no Seixal, um significativo desenvolvimento económico e industrial, com a instalação de diversas unidades fabris (têxtil, vidro e cortiça). As condições naturais propícias, sobretudo com a abundância de água, levam para a região a indústria dos lanifícios – primeiro, um lavadoiro de lãs; depois, em 1831, uma fábrica de mantas para o Exército; e, em 1843, reedificada para estamparia de algodão. Mas é com a implementação da Fábrica de Lanifícios da Arrentela, em 1855, que esta indústria ganha projecção quer nacional, quer mesmo internacional. E é também graças à fixação destes trabalhadores que a região, sobretudo a freguesia da Arrentela, se vai consolidando urbanisticamente.



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